quinta-feira, 24 de junho de 2010

A flor da idade

É torneada a beleza
Na naus da mocidade
Embalada sem saudade
Porque ainda sustenta
Admiração com certeza
Quando lhe traz a felicidade.

Bendito seja o momento
Que sente a sua essência
Abençoadas sejam as horas
Que elevam a sua existência
Que vem de passos lentos
Como águas tiradas pelas noras.

Sagrado coração, abençoado
Nas dunas do amor
Se reencontre em qualquer lado
A pensar em si todas as horas
E adormecendo a morte
Com esta linda flor.

A emoção

Num movimento oscilante
Há uma brisa que passa
Mas não entra, vai e leva
A minha mente ao labirinto
Desconcerta o grave grito
Mistura-se por um instante
À vida que me abraça
E pelo tormento descai
Arranco a mentira, não minto
E agito o coração aflito
Nos movimentos da emoção
Que lapido no meu peito
Afago o momento que sinto
E é tão belo e tão bonito
E nunca me abraça perfeito.

Rosa vermelha

Fechada em vácuo, eu
Sufoco a minha escrita
E no sopé da montanha
O meu coração palpita
E o meu corpo sem manha
Sente os espinhos, estranha
De uma flor tão bonita.

Eu, aberta por ousadia
Liberto todo o meu medo
Onde vou mais atrevida
Aprecio o Sol de manhã cedo
Flutuo na minha própria vida
Fechada e em segredo
Aonde sou sempre querida.

Amor puro engano

Anda de ondas brandas, o mar no Verão
Mostra a paz, soberana da imensidade
Onde os amantes vão buscar claridade
Rindo por falsidade ou por pura ilusão.


Puro é o sossego, que eu trago no coração
Universo de palavras sadias de verdade
Rumo ao amor, o que nos deixa saudade
Ondas do mar, que me levam em solidão.


E entre plumas, flores, amores e mares
Não me lembro dos espinhos que virão
Ganhar-me em tristeza, dores e pesares.


Ando assim perdida por amor e desejos
Nada me detêm e embarco nessa paixão
Onde me sinto enganada nos teus beijos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Peregrino

Caminhava numa manhã de sol, deslumbrante
Ventava leve e fazia um ar fresquinho
O que bulia a folhagem do caminho
E a fazer um som musical, constante.


Suavidade, que leva o corpo atenuante
Ao pensamento chegavam devagarinho
Sonhos que me atolavam de carinho
Nesta longa caminhada, flutuante.


E eu voei nas asas deste sonho e encontrei
A pensar, qual seria o meu destino
Para continuar a vida de peregrino
Que neste Mundo, eu por ti levei.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Somos iguais

Tem por mim mais que tudo, vida atribulada
O sonho misturado á saudade e muito além
É o amor confuso pela ilusão e mais aquém
Aonde levo afeição á realidade do meu nada.


Tens por ti mais que tudo, a vida conquistada
Como quem nesta vida afortunada, tudo tem
E sem sorte traiçoeiro e ligeiro tudo me vem
Em desalento e me trás consigo, de mão dada.


E a alma perdida, ou mais só do que ninguém
Baila ao som da sua música, calma e serena
E já á procura em outra gente, mais alguém.


E figura em loucura, na que se torna ou sente
Nesta vida, que se mostra em mim pequena
E que por fim, se mostra igual a tanta gente.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A realidade dos sonhos

E sonhava eu, que um dia fosse real
O meu sonho, retratado a par contigo
E como se fosse, a coisa mais natural
Da vida, tão atribulada e que eu sigo.


E sonhavas tu, que um dia era afinal
Um quadro, em que o sonho é amigo
E como sendo em tudo, mais original
Da vida, tão parecida com o que digo.


E foi apenas um molde, em arte junta
Como quem quis, fazer uma pergunta
Às encruzilhadas de vidas, sãs e reais.


E foi somente a realidade de um sonho
Como quem quis o futuro mais risonho
Ao criar laços de amigos, que são leais.