quarta-feira, 25 de abril de 2012

Canção do poeta livre




A minha pena que grita

O meu desabafo de ventura

A minha voz mais aflita

Quando me falta a ternura

Meus poemas que escrevo

Para ti minha vontade

São como as folhas do trevo

A dançar em liberdade.



Meu suspiro e meu suporte

Meu sentido e minha voz

São como a minha sorte

De cantar para todos vós

Meu raiar da tua aurora

Minha manhã serena e calma

Já canta comigo agora

O refrão que vem da alma.



Meu amor minha aventura

Minha vida de tristeza

Minha ânsia branca e pura

Nos braços da natureza

Vai dançando com saudade

De cravo encarnado na mão

Para não morrer a liberdade

E a poesia também não.





Maria Gomes

sábado, 21 de abril de 2012

Corrente d’ água

Canta a água do ribeiro
Quando corre alegremente
Porque quer chegar primeiro
Aonde a leva a corrente.
Dança a água no riacho
Quando se enrola pela encosta
Com pressa de chegar lá abaixo
Desaguar é o que mais gosta
Corre a água, corre, corre
Pelas colinas da montanha
Sabendo que nunca morre
Corre, corre e sempre ganha
Passa a encosta e a colina
Como o caminhar do peregrino
Porque é esta a sua sina
Pois é este o seu destino.

sábado, 14 de abril de 2012

Amor

Eu vou à beira mar, impaciente
Fogem de mim ondas enfurecidas
Onde levo eu as mãos erguidas
Ao pedir saúde, amor suficiente.


Tu vais à beira mar, já coerente
Levas as tuas mãos, já estendidas
A pedir a união, às escondidas
Rezas no sentido árduo presente.


Eu vou, tu vais no verbo penitente
Do passado ao futuro, com as vidas
Nós vamos os dois como quem sente.


Ver-se unidos pelo amor de repente
De mãos dadas com elas mais unidas
Nós vamos ao mar!... E humanamente.


O que vamos lá fazer!...

sábado, 7 de abril de 2012

Olhos verdes são traição

Em teus olhos vi amor quando me viste
Logo o olhar percorreu serras e montes
Ao saber, que o teu olhar no meu existe
Assim ficou o meu olhar nos horizontes.


Lágrimas que correm, num rosto triste
Destes meus olhos, que parecem fontes
Onde se perdeu o que por mim sentiste
No infinito olhes e meu olhar encontres.


Por estranhos caminhos vais meu olhar
Na esperança de te voltar a encontrar
Agora, que caiu meu olhar em tentação.


Tenho os olhos tristes com mais saudade
Como vi em teus olhos, essa verdade
Sabendo eu que olhos verdes são traição!