O que tirei da cartola
Na minha audaz fantasia
Plagio versos sem receio
E com eles faço a poesia
Mesmo a saber que é feio.
Leio livros sempre pronta
Para alguma coisa copiar
E a seguir faço de conta
Que sou eu a inventar.
Copio um pouco de tudo
Porque quero ser alguém
E com tudo isto me iludo
E iludo outros também.
E até plagio as ideias
Daqueles que vou seguindo
Subo aos palcos e das plateias
Ninguém vê que estou fingindo.
E chego ao alto patamar
E lá ficarei suspensa
Até que há-de chegar
O dia da minha sentença.
Mesmo assim não vou parar
Porque quero muito e mais
Eu continuarei a plagiar
E não desistirei, jamais.